Minha realidade atual...

Queridas e queridos,

Novamente quanto tempo!

Que corrida que anda a minha vida! 

* Ué, mas a vida não era para estar bem mais fácil no Brasil?!

Era o que eu pensava e queria. 

Desde a terceira semana penso que deveria voltar pro meu cantinho.

Não quero parecer e nem posso ser ingrata, pois meus pais estão fazendo muito por nós, uma vez que moramos todos juntos etc, porém o "problema" está comigo.

Quando a minha irmã Isadora, estava me ajudando nos USA, em uma de nossas muitas conversas e análises, ela me cita uma frase de  William Shakespeare que dizia:

 "Eu estou sempre feliz, você sabe por quê? Porque não espero nada de ninguém. Esperar sempre dói. (...)".

Entao voltamos ao tal "problema" , Infelizmente eu não consegui colocar em pratica esse sábio conselho e acabei criando muitas expectativas de como minha vida seria por aqui, contando com os que estariam ao meu redor, sendo que a realidade acabou não correspondendo com elas. 

Alguns exemplos do que eu imaginei:

- Faria as unhas com muita freqüência no salão uma vez que aqui é mais acessível financeiramente e que eu teria quem ficasse com as crianças.

- Iria ao Templo toda semana com o Robert uma vez que eu teria quem ficasse com as crianças

- Sairia com o Rob ao menos 2x por mês uma vez que eu teria quem ficasse com as crianças.

- Faria um monte de programas com a Thaty juntamente com nossos filhos/nossas famílias.

- Curtiria estar no Brasil.

- Teria tempo pra sair com minha mãe e minha irmã apenas, fazendo algo bacana.

- Etc, etc, etc...

A realidade:

Sou uma mãe de 4 crianças que ainda são pequenas e dependentes. Meus filhos estão em fases que consomem muito tempo e cuidado. Se eu bobeio um minuto, a consequência daquele minuto pode ser de 10 minutos à horas (limpar algo que sujaram, consertar algo que quebraram e o mais importante corrigir a criança que errou tentando fazer com que entendam o que fizeram e que não deve repetir aquilo e por aí vai...) 

Praticamente não posso sair pra lugar algum, aliás até posso, porém haverá o preço que ē a tal consequência... E no melhor dos cenários, no final (e provavelmente durante) estarei "apenas" estressada, muito estressada; o que faz com que eu escolha evitar ao máximo sair com meus filhos.

Sem contar que com esse número de filhos não somos "bem vindos" em quase lugar algum, e eu não julgo ninguém pois de uma forma também penso da mesma maneira.

E sair sem eles, como eu imaginava!?! Fora de cogitação. Ao menos dois filhos, eu sempre tenho que levar.

Uma vez uma amiga querida falou uma frase que dizia que filho é igual a pum, agente só agüenta o nosso. - FATO. heheheh. 

Eles nos testam o tempo todo e a maioria desses testes são desobedecendo e observando se haverá consequência por aquilo, ou não. Eu, como mãe, posso "fazer" eles obedecerem, ameaçando, dando uns tapas, fazendo um acordo (...) e eles acabam sabendo que estão em encrenca se não me obedecerem, porém com meus pais ou irmãos, não obedecem mesmo.

Meus pais amam demais os netos, mas dar conta deles "são outros quinhentos". Eu sou a única que dou "conta deles" além do mais não tenho opção agora, já que escolhi (e não me levem a mal, pois não me arrependo) ter esses 4 filhos em meu lar. O Robert me ajuda muito, até o chamamos de "pai que é mãe",  mas também não fica com os 4 (só ficou no dia do meu aniversário). Gente, é muito puxado, como eu falei só agüento por que não tenho opção.

 Eu sei é uma fase. Também sei que outras fases virão e talvez serão até mais difíceis em outros aspectos, mas esse conhecimento não anula o fato de que estou passando por essa fase com dificuldade.

Tenho recebido ajuda aqui, mais do que tenho em nosso lar nos States, sem dúvida. Sou grata por essa ajuda e sei que deveria estar super feliz e stress free aqui, daí então volto no fator que o "problema" está comigo de ter criado as tais expectativas.

Vale relatar: 

- Que devido ao acidente eu não tenho a função completa do pé esquerdo, me impossibilitando de dirigir carros não automáticos, então preciso de carona de alguém para tudo; 

- Que me sinto extra estressada por sentir que minha família tem sido um certo peso na casa de meus pais, mesmo eles não expressando isso, sei pois é óbvio já que são 6 membros a mais, sendo a maioria crianças pequenas.

- Que a vida ocupada de todos continua independente de eu ter vindo pra cá; 

- Que minha irmã passou por um sério procedimento cirúrgico não permitindo então que eu conte com a ajuda dela e também precisando de ajuda dos meus pais e de todos para sua recuperação.

- Que quando a tia Rosange estava aqui, conseguimos ir ao Templo pois ela e a minha mãe ficaram com as crianças.

- E o mais importante de que apesar de eu não estar feliz como gostaria, meus filhos estão amando estar aqui no Brasil e tanto eles quanto o Robert estão felizes.

Meu querido tio Milton Pimentel uma vez falou que devemos escolher todos os dias sermos felizes e que ele assim escolhe, diariamente. Então depois desse longo desabafo, deixo a minha meta pessoal registrada:

"Escolher ser feliz, todos os dias!"

Beijos.

Ps. Obrigada a todos os tão queridos comentários nos meus posts. Eles sempre me animam e somehow me dão força.

Ps2. Eu adorei este post da Raquel Pimentel e concordo com o que ela falou sobre TV e filhos.